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EUA devem continuar a crescer mais que a Europa


O contraste entre o desempenho econômico dos EUA e da zona do euro tende a aumentar neste e no próximo ano.
No primeiro trimestre de 2011, o PIB nos EUA já estava acima do nível de antes da crise, portanto em expansão. Já esse nível continuava abaixo na zona do euro, ilustrando a contração. Pesquisas com empresários indicam que essa tendência continuará no começo de 2012, o que é confirmado pela divergente taxa de desemprego.
Em um ou dois anos, algumas forças econômicas terão efeito similar na zona do euro e nos EUA, diz o economista Andrew Kenningham, em Londres. É o caso do aperto fiscal de idêntica magnitude, da política de expansão monetária amplamente em vigor e da perspectiva de aperto de taxa de juro não antes de 2014.
  
No entanto, o contraste entre as duas economias cresce, ao invés de diminuir. Na semana passada, várias consultorias revisaram suas projeções de crescimento do PIB americano para 2% este ano e 2,5% no ano que vem. Já, para a zona do euro, a expectativa continua a ser de recessão suave em parte dos países este ano e possível contração também em 2013.

Apesar de sinais de certa estabilização em alguns países, as economias da periferia europeia continuam seu declínio e enfrentam enormes incertezas sobre as reformas que implementam.
Dados recentes sobre o mercado de trabalho mostram que empresas da zona do euro continuaram a demitir. Por sua vez, os EUA tiveram nos últimos três meses o mais forte período de criação de empregos desde maio de 2010 e a segunda maior alta desde que a economia saiu da recessão.
Na zona do euro, projeções indicam que o crescimento dos salários cairá fortemente em 2013. O custo nominal da hora de trabalho na Irlanda e em Portugal caiu 1,7% no quarto trimestre e 7,5% na Grécia, em relação a um ano atrás. Na Alemanha, Itália e Espanha subiu 3,6%, 2,3% e 2,9% respectivamente.
Se a inflação cair apenas gradualmente, e a renda das famílias sofrer mais erosão por causa do aperto fiscal este ano, a renda real disponível vai sofrer contração na Europa. Já nos EUA, a expectativa é que a renda real disponível aumente cerca de 2%. As vendas no varejo aumentam também.
Na comparação com os europeus, os americanos parecem mais dispostos a tomar empréstimos, exacerbando a divergência no nível de consumo dos dois lados do Atlântico. Em janeiro, o crescimento anual do crédito ao consumo nos EUA foi de 4,3%, a maior alta em quase quatro anos. Na zona do euro, o crédito continua em território negativo e próximo do recorde de baixa. Embora tenham recebido mais de € 1 trilhão de liquidez adicional, os bancos vão demorar meses até voltar a emprestar normalmente para a economia real.
O fato de o sistema bancário da zona do euro continuar numa situação frágil reforça a percepção de certos analistas de que a economia europeia pode contrair neste ano e no próximo, enquanto a economia dos EUA se expande.

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