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Tensão com temperatura da economia global impõe cautela no exterior


Daniela Milanese

A temperatura da economia global assume o centro das preocupações dos investidores internacionais, depois da ducha de água fria provocada pela China e pela Europa. A inesperada fraqueza da atividade industrial nessas regiões abateu a confiança dos mercados sobre a retomada dos Estados Unidos e provocou fuga dos ativos de risco.
Após a forte onda vendedora registrada ontem, sentida principalmente pela BM&FBovespa, a cautela impera no exterior nesta manhã. A partir de agora, todos os indicadores da agenda internacional serão analisados com lupa, em busca de mais pistas sobre a situação global.

As commodities foram especialmente atingidas pelos temores de que a China passe por um pouso forçado e que a recessão na zona do euro se prolongue para além do previsto. Analistas preveem relaxamento monetário iminente pelo BC chinês, o que traria alívio para o sentimento dos investidores.
“As commodities acumularam fortes ganhos e negociam com volumes baixos agora, atreladas ao dólar”, justificou Andrey Kryuchenkov, analista do VTB Bank Europe, à Agência Estado. “O petróleo está dividido entre o potencial de destruição de demanda e os temores sobre choque de oferta, enquanto o ouro realiza lucros.”
Apesar da reação forte dos investidores, analistas preferem aguardar a divulgação de novos dados para tirar conclusões mais específicas sobre a economia global. “Um único indicador de atividade na China não é nada decisivo para a economia global e os sinais de melhora do sentimento dos consumidores americanos devem compensar”, avalia Paul Donovan, analista do UBS.
O momento é de encruzilhada. De um lado, o mercado de trabalho nos Estados Unidos e os indicadores antecedentes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) seguem trazendo sinais favoráveis. Em contrapartida, a China e a zona do euro ampliaram os ricos de um esfriamento mundial. No Brasil, a desaceleração do IPCA-15 em março, para 0,25%, deu combustível à estratégia de redução de juros do Banco Central.
Como a agenda internacional segue fraca nesta sexta-feira, não é hoje que os investidores irão tirar a prova sobre a atividade mundial – o próximo dado bastante aguardado é o índice de ambiente para negócios medido pelo Instituto Ifo, da Alemanha, a ser anunciado na segunda-feira (26).

Fonte: Estadão.com.br

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