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Na área fiscal, Brasil está pior do que em 2008

O Brasil, nos últimos anos, foi beneficiado pelo lado bom do crescimento da China, que puxou o preço das commodities para cima. Os produtos exportados pelo país, como alimentos e matérias-primas, ficaram mais caros. Mas num cenário de estagnação nos EUA, recessão na Europa e redução do ritmo de crescimento chinês, os preços podem diminuir.

As commodities metálicas caem mais rapidamente do que os alimentos, porque como se sabe, os estoques estão baixos por uma série de motivos, como desastres ambientais sucessivos que afetaram várias colheitas.
Então, o Brasil seria afetado pela queda desses preços, e o déficit nas contas externas poderia aumentar. A balança comercial é positiva, mas as transações correntes, não.
Em entrevista ao "Estado de S.Paulo", o ex-presidente do BC Henrique Meirelles disse que o Brasil pode ser afetado via comércio, mas que a situação fiscal brasileira está boa. Tombini também tem falado isso, mas eu não concordo. Falam que está melhor em relação a outros países, mas eles estão péssimos.
Na área fiscal, o Brasil está pior hoje do que estava em 2008, quando o superávit primário era maior e de melhor qualidade. No ano passado, ele foi marretado; o governo mudou a contabilidade, fez uma operação com a Petrobras, e o resultado foi um número menor, apesar de as receitas terem aumentado muito por causa do crescimento.
O governo perdeu a chance de aumentar a poupança para enfrentar tempos difíceis. Não pode, portanto, aumentar o gasto, usar esse estímulo, que é o ideal quando há risco de recessão. Está sem essa ferramenta, mas há outras: as reservas estão altas; o BC pode liberar o compulsório dos bancos. A inflação, no entanto, aumentou. Temos algumas fragilidades em relação a 2008. Vamos torcer para que seja só uma crise de baixo crescimento, e não de crédito.
Ouçam aqui o comentário na CBN

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