União Europeia aprovou sanções contra 12 pessoas vinculadas ao regime
sírio de Bashar al-Assad
GENEBRA - O enviado especial do secretário-geral da ONU e da Liga
Árabe para a Síria, Kofi Annan, viajará neste fim de semana a Moscou e Pequim
para tratar da crise síria com as autoridades russas e chinesas, segundo
anunciou nesta sexta-feira, 23, a porta-voz da ONU em Genebra.
Além disso, as mesmas fontes anunciaram que a missão enviada por Annan a
Damasco no início desta semana voltou a Genebra após três dias de negociações
com as autoridades sírias.
Atualmente, Annan e sua equipe estão analisando as respostas que o
regime de Bashar al-Assad deu ao plano delineado pelo ex-secretário-geral da
ONU, especificaram as fontes.
Lista negra
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) aprovaram
nesta sexta-feira, 23, sanções contra 12 pessoas vinculadas ao regime
sírio de Bashar al-Assad, entre elas a esposa do presidente, Asma, e outros
três familiares seus.
A presença da primeira-dama na lista foi antecipada por várias fontes,
mas as identidades dos afetados serão conhecidas no sábado, após a publicação
no Diário Oficial da União.
Os sancionados, aos quais se somam também duas entidades, terão
congelados os ativos na Europa e estarão proibidos de viajar para território da
UE.
Na "lista negra" já figuram o próprio Bashar, seu irmão Maher
- considerado o principal executor da repressão contra as manifestações
opositoras - e mais de uma centena de figuras de destaque do regime de Damasco.
As sanções contra Asma Al-Assad chegam dias depois da divulgação de
e-mails interceptados que mostrariam seu total apoio à violência governamental
e suas despesas de milhares de dólares em compras de luxo em plena crise no
país.
Não há constância de se a esposa do presidente, nascida em Londres há 36
anos, mantém a nacionalidade britânica, o que tornaria a priori impossível a
aplicação de proibição de viajar à Europa.
Hoje, perguntado ao respeito, o ministro das Relações Exteriores
britânico, William Hague, recusou-se a falar a respeito.
A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, afirmou que as novas
medidas restritivas impostas pela União mandam uma "clara mensagem
política", e confiou em alcançar uma situação na qual Assad reconheça sua
responsabilidade, renuncie e possa ocorrer uma transição democrática.
Esta nova rodada de sanções europeias chega depois que o Conselho de
Segurança das Nações Unidas aprovasse na quarta-feira por unanimidade uma
declaração que apoia a mediação do enviado especial da ONU, Kofi Annan, e pede
o fim da violência.
O ministro alemão, Guido Westerwelle, garantiu que as novas medidas
acrescentarão "maior pressão ao regime de Assad" a fim de consolidar
seu "isolamento internacional", e para dar "forte apoio à
oposição e ao povo que pede direitos democráticos".
Os ministros europeus abordarão nesta sexta-feira a situação humanitária
na Síria e sua representação diplomática em Damasco, em um momento no qual seis
estados-membros decidiram fechar e suspender o trabalho de suas embaixadas
(Espanha, Alemanha, Holanda, Itália, Reino Unido e França).
"A comunidade internacional está unida no pedido da necessidade de
uma trégua humanitária, de criar um corredor de segurança para a população
síria, que está em estado de grande sofrimento", indicou o ministro
italiano, Giulio Terzi.
Fonte: Estadão.com.br
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